O atacante do Tottenham Hotspur, Richarlison, de 28 anos, tem sido alvo de intensa especulação nas últimas semanas, enquanto crescem as dúvidas sobre o seu futuro a longo prazo no clube. Apesar de sua qualidade comprovada na Premier League e do sucesso anterior no Everton, o brasileiro tem lutado para corresponder de forma consistente às expectativas desde sua chegada aos Spurs, em uma transferência milionária no verão de 2022. Com um alto valor de mercado e rendimento irregular, o ex-olheiro do Tottenham, Mick Brown, acredita que a janela de transferências de janeiro de 2026 pode representar o momento ideal para o clube vender o jogador e buscar uma atualização no setor ofensivo.
Contratado por cerca de £60 milhões, a chegada de Richarlison foi vista como uma declaração de ambição do Tottenham. O atacante trouxe consigo velocidade, força e um histórico sólido de gols — características que os Spurs esperavam que complementassem o ataque já composto por Harry Kane e Son Heung-min.
No entanto, lesões e períodos de irregularidade comprometeram seu rendimento. As constantes interrupções o impediram de ganhar ritmo e confiança, frustrando torcedores e dirigentes que viam nele um talento capaz de fazer a diferença.
Mesmo tendo reencontrado alguma forma recentemente — com três gols e uma assistência em sete jogos da Premier League 2025/26 —, o ataque do Tottenham continua em construção, especialmente com Dominic Solanke também enfrentando dificuldades para marcar de forma consistente.
Em entrevista exclusiva ao Football Insider, Mick Brown foi direto:
“Acho que chegou o momento de Richarlison seguir em frente. Ele nunca foi um jogador em quem o clube confiasse totalmente. Todos sabem do que ele é capaz no seu melhor momento, mas esse nível aparece com pouca frequência.”
Brown acrescentou que, embora Richarlison tenha começado bem a temporada — em parte devido à lesão de Solanke —, ele não é visto como a solução de longo prazo para o ataque de Thomas Frank:
“Com todos os jogadores disponíveis, não acredito que ele teria lugar garantido no time titular.”
Essa análise reflete a busca mais ampla do Tottenham por um artilheiro confiável — alguém capaz de produzir gols com consistência e criar chances. A possível saída do brasileiro abriria espaço para os Spurs buscarem um reforço mais adequado durante a janela de janeiro ou no verão seguinte.
Clubes de várias ligas têm demonstrado interesse em Richarlison. O Orlando City, da MLS, tentou contratá-lo no verão de 2025, com a intenção de torná-lo uma figura central no projeto do clube rumo à Copa do Mundo de 2026. Contudo, o valor pedido — estimado em €40 milhões — inviabilizou o negócio.
Também há sondagens vindas de equipes no Brasil e em outras grandes ligas europeias, onde sua experiência e talento ainda são muito valorizados. Apesar de o retorno ao futebol brasileiro ser comum entre jogadores sul-americanos próximos dos 30 anos, Richarlison, aos 28 e ainda em seu auge físico, parece determinado a continuar atuando em alto nível — o que torna uma transferência para outro clube europeu ou para a MLS uma opção plausível.
Richarlison tem contrato com o Tottenham até junho de 2027, o que dá ao clube poder de negociação. Qualquer saída em janeiro exigiria uma proposta significativa.
O brasileiro já rejeitou ofertas, incluindo uma investida de um clube da Arábia Saudita em agosto de 2025, priorizando suas ambições com a seleção brasileira. Ainda assim, a mudança de hierarquia no elenco dos Spurs coloca seu futuro em dúvida. O técnico Thomas Frank tem preferido jogadores como Dominic Solanke como centroavantes principais, relegando Richarlison a um papel secundário.
A linha ofensiva do Tottenham é um quebra-cabeça. Com Solanke lesionado, Richarlison tem ganhado minutos preciosos, mas a equipe segue carente de um finalizador confiável. A contratação de Randal Kolo Muani foi uma tentativa de adicionar velocidade e imprevisibilidade ao setor ofensivo, porém lesões atrasaram sua integração.
Além disso, qualquer substituto precisará se adaptar às exigências táticas de Thomas Frank, que valoriza intensidade na pressão, movimentação inteligente e versatilidade — pontos em que Richarlison ainda não tem mostrado constância.
As notícias sobre uma possível saída de Richarlison dividiram os torcedores do Tottenham. Parte da torcida reconhece seus esforços e lampejos de qualidade, mas acredita que uma mudança pode beneficiar ambas as partes. Outros preferem manter a estabilidade e veem valor em manter jogadores experientes no elenco.
Muitos fãs destacam que, no futebol, forma e comprometimento definem legados muito mais do que rumores ou preferências pessoais. Por isso, aguardam maior clareza sobre as intenções de Richarlison e dos dirigentes do clube.
Uma venda em janeiro permitiria ao Tottenham reinvestir em um atacante com perfil ideal para o sistema de Frank — alguém com regularidade, intensidade e instinto goleador. Também aliviaria a folha salarial e abriria espaço para jovens talentos ganharem oportunidades.
Para Richarlison, uma nova etapa poderia revitalizar sua carreira, oferecendo minutos regulares e chances de mostrar seu valor, especialmente em busca de manter seu lugar na seleção brasileira antes do Mundial.
O futuro de Richarlison no Tottenham parece cada vez mais incerto. Apesar de seu talento e de momentos de brilho, a inconsistência e as mudanças na hierarquia do elenco indicam que sua passagem pelo clube pode estar chegando ao fim.
Com a aproximação da janela de transferências de janeiro, as negociações entre o Tottenham, os representantes do jogador e clubes interessados devem se intensificar.
Uma decisão acertada poderá definir o rumo das próximas temporadas — tanto para o clube quanto para o atacante. Para os Spurs, pode ser o início de uma nova fase no setor ofensivo; para Richarlison, a oportunidade de reafirmar sua relevância e ambição no cenário internacional.
